Economia Circular, Recommerce e o Futuro dos Dados no E-commerce
Se tem uma coisa que ficou clara no Web Summit Rio 2025 é que o e-commerce está passando por uma transformação profunda. E essa mudança começa com uma nova mentalidade — não apenas com uma nova tecnologia.
O consumidor atual está mais atento, exigente e consciente. Por causa disso, atitudes como consertar ao invés de trocar, comprar usado em vez de novo e repensar o descarte tornaram-se cada vez mais comuns.
Em resposta, o mercado se adapta rapidamente.
Startups como Real Deal, Brinquedo Livre e Vaapt já apresentam propostas promissoras de recommerce — criando marketplaces especializados em produtos usados, de bolsas de luxo a brinquedos. Inclusive, o setor segue em expansão: a Fleequid, primeiro marketplace digital de ônibus usados (!), levantou €3 milhões para escalar sua operação na Europa.

Segundo a Forbes, marketplaces focados na economia circular podem liderar a próxima fase de crescimento sustentável. O mercado de reuso e revenda deve atingir US$ 650 bilhões até 2025, quase o dobro do registrado em 2020.
Mas para essa transformação se consolidar, há um ponto crítico: a qualidade da informação sobre os produtos.
Produtos usados exigem mais do que descrição: precisam de contexto
Vender um item usado é diferente de vender um novo. Afinal, não existe padrão de estoque, e nem sempre a ficha técnica está disponível. Mesmo assim, o consumidor quer — e precisa — dessas informações.
Sem clareza, aumentam as chances de desistência ou devolução. Por isso, marketplaces como a SidelineSwap estão investindo em enriquecimento de dados com informações públicas e análise de imagens enviadas. Além disso, melhoraram os filtros de pesquisa usando os dados enriquecidos. O resultado? Aumento direto na conversão.
Conversas que conectam dados, IA e circularidade
Durante o Web Summit, Fabiola Santana, fundadora da Umami, e André Mendes, fundador da Koya AI, conversaram sobre como suas empresas podem atuar juntas para apoiar o varejo — especialmente nesse novo cenário moldado pelas gerações Z e millennials.

Fabiola também se encontrou com Eduarda Robinson, fundadora da Real Deal — startup brasileira que intermedia a compra e venda de itens de luxo seminovos. Eduarda compartilhou que a Real Deal está se tornando um marketplace e que a curadoria e a certificação dos produtos serão diferenciais-chave. Além disso, pensa em tornar o acesso ao site exclusivo, com entrada apenas por indicação e aprovação.
Dados bem estruturados são a base da confiança
A inteligência artificial se torna essencial nesse novo ciclo. Isso porque ela consegue:
- Normalizar atributos
- Categorizar com precisão
- Enriquecer descrições com imagens e informações úteis
- Agregar dados de múltiplas fontes
Tudo isso permite que o consumidor filtre, compare e compre com mais segurança.
Com dados estruturados, não só a experiência melhora, como também a reputação e a conversão da loja online.
Em resumo: a economia circular é boa para todos
A economia circular veio pra ficar. Ela reduz desperdícios, preserva recursos e conecta melhor os produtos com quem precisa deles.
Ela é boa para o bolso, para o planeta — e, com os dados certos, excelente para os negócios.
Publicado originalmente no blog da Koya AI. Acesse o conteúdo original neste link.